Planejamento sucessório é essencial e deve fazer parte do planejamento estratégico da empresa, seja qual for o negócio ou o seu setor de atuação. Quanto mais cedo a companhia pensa na sucessão, em todas as suas áreas, menos riscos corre e mais facilidade encontra para garantir o seu futuro.
Esse foi o tema principal apresentado por Juliana Assolari, advogada sócia-proprietária do escritório Lassori, no Seminário IPGE Estratégia & Execução, do Instituto Paulista de Gestão Estratégica, realizado em São Paulo, na sede do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Juliana ministrou a palestra ‘Risco, Sucessão & Perenidade’, em um bloco chamado ‘Estratégia & Execução: Ferramentas de Governança’.
Leia também:
Taxação de grandes fortunas e o ITCMD – planejamento sucessório
A palestrante lembrou de três casos para iniciar uma reflexão em sua apresentação. “Imaginem uma diretora da Escola Internacional, com 20 anos de casa, que anuncia sua demissão e transferência para o concorrente”, disse. “Ou um diretor executivo de uma multinacional, que, ao fazer os exames de rotina, descobre que está doente e precisa iniciar um tratamento contra o câncer hoje mesmo.” Juliana ainda destacou um terceiro exemplo: “Pensem em um senhor de 88 anos, dono de uma empresa líder no segmento em que atua, que, também com a saúde debilitada, inicia um tratamento de hemodiálise no hospital, e preocupa a sua diretoria.”
Esses casos ilustram que cedo ou tarde chega o momento de pensar em sucessão. Juliana ressalta que sucessão não é apenas relacionada ao dono da empresa ou transferência acionária, também inclui a substituição de outros executivos, de líderes de diversas áreas do negócio. “As empresas precisam se preparar para esse momento”, afirmou.
A advogada alerta que quanto mais tempo e esforço forem dedicados ao planejamento sucessório, melhores podem ser os resultados. “Se a sucessão não for coordenada, ela acaba sendo traumática”, diz.
Planejamento sucessório é essencial e delicado
O maior desafio em falar de sucessão é quando a empresa tem um líder carismático, diferente daquele que todo mundo deseja que se aposente. Segundo Juliana, outro desafio grande é elaborar plano de sucessão na área financeira. Ou quando mudam os acionistas ou a diretoria da empresa. “Também são momentos que podem impactar na sucessão.”
O tema sucessão é delicado e precisa ser tratado com jogo de cintura, cuidado e profissionalismo. Afinal, não é fácil falar sobre o assunto para um fundador de uma empresa, que está nela há muitas décadas. Dizer que ele precisa planejar o seu sucessor e que talvez esteja na hora de passar o bastão.
Juliana lembra que até mesmo em empresas familiares, hoje em dia a sucessão precisa ser profissional. O planejamento não visa mais apenas a troca do dono por um familiar. Os herdeiros geralmente acabam sendo preparados para atuarem no conselho da empresa. E os executivos são buscados internamente, na própria empresa, ou no mercado. Profissionais mais adequados e preparados para ocuparem os postos necessários e cargos-chave na empresa.
Plano B
A palestrante encerrou sua participação no evento com uma dica. A empresa que olha para o futuro, que tem sempre um plano B e que se preocupa com o planejamento sucessório tem mais facilidade para garantir sua perenidade, sua continuidade no mercado.
Baixe a apresentação com os tópicos principais.